O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou na noite de terça-feira (9) que os países ricos podem aprender com as medidas adotadas pelo Brasil para sair da crise financeira global.
"Como os países ricos habitualmente tentavam dar lições ao Brasil de como a gente fazer, seria importante que, humildemente, agora eles fossem aprender o que nós fazemos para que eles pudessem fazer políticas iguais", disse Lula após participar de jantar oferecido pelo presidente de Moçambique, Armando Guebuza, em Maputo.
Lula afirmou que, quando ocorriam crises econômicas no Brasi e em outros países pobres ou em desenvolvimento, sempre havia alguém do mundo desenvolvido para "dar palpite". Segundo o presidente, no entanto, com a crise econômica iniciada em 2008 nos países riscos "ninguém deu palpite".
"Eu estou dando o palpite. Façam como se fez no Brasil que a coisa fica mais fácil", defendeu o presidente, segundo o site da Presidência da República. Lula disse que a solução da crise financeira passa pelo aumento do comércio entre os países e pela elevação do consumo e da produção.
Ele voltou a criticar China e Estados Unidos por estarem com suas moedas desvalorizadas, o que aumenta a competitividade desses países. "É preciso que o câmbio seja flutuante, mas que haja um equilíbrio entre as políticas cambiais". disse.
Obama
Lula também respondeu declaração do presidente norte-americano, Barack Obama, de que "o que é bom para os Estados Unidos é bom para o mundo".
Segundo Lula, a lógica faz sentido, já que "o que é ruim para os Estados Unidos é ruim para todo o mundo". O presidente não gostou da frase e disse que seria mais soberano se Obama justificasse as medidas de seu governo dizendo que são boas apenas para os americanos.
"A verdade é que o que é bom para os Estados Unidos, é bom para os Estados Unidos e o que é bom para o Brasil, é bom para o Brasil. Se a gente entender assim, melhor, mais claro, e mais soberano [será] o comportamento de cada país", declarou.
Segundo o presidente brasileiro, erros cometidos pelos EUA "podem causar transtornos em vários países."