terça-feira, 30 de março de 2010

Lugar de computador velho é na reciclagem




Lúcia Nascimento*

Saia pela casa à procura de eletrônicos ou baterias que não funcionam. O resultado será um monte de quinquilharias que ocupam espaço e com as quais você não sabe o que fazer, certo? Fiz essa busca nas últimas semanas e não deu outra: uma bateria velha de notebook, outra de telefone sem fio e dois celulares da época em que não existia chip. Depois de anos parados dentro dos armários, chegou o momento de destiná-los como manda o código ambiental: direto para a reciclagem.

Porém, será que essa é uma tarefa fácil? Para descobrir, peguei os aparelhos e saí à luta. Comecei com a bateria do notebook. Liguei para o SAC da empresa e pediram para preencher um formulário no site. Em menos de uma semana a bateria foi retirada na minha casa, por um convênio entre a empresa e os Correios. Depois, foi a vez do telefone sem fio e dos celulares. Liguei para o SAC da marca do telefone e perguntei onde descartar a bateria: deram o endereço de uma assistência autorizada e não é que receberam mesmo? No caso dos celulares, eu sabia onde encontrar uma loja da marca e fui direto lá. O atendente recolheu os aparelhos e colocou-os na caixa destinada à reciclagem.

Incrível: foi fácil! Os desfechos foram ótimos e rápidos – bem diferente do que eu esperava, confesso! Afinal, em fevereiro, o Brasil levou um puxão de orelha da Organização das Nações Unidas (ONU) para tomar medidas contra o crescimento do e-lixo, que tem ocorrido em larga escala nos países emergentes. De acordo com o relatório divulgado pela organização por meio do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), mais de 40 milhões de toneladas de eletrônicos se acumularam nos últimos anos – e esse número deve crescer se nada for feito e se a população não colaborar, devolvendo seus aparelhos a quem possa destiná-los corretamente.

Lixo eletrônico são os resíduos do descarte de equipamentos como computadores, TVs, celulares, máquinas fotográficas, etc. Quando são jogados em lixões, ameaçam o meio ambiente porque possuem metais pesados altamente tóxicos, como chumbo, mercúrio e cádmio. Em contato com o solo, contaminam o lençol freático. Queimados, poluem o ar. Também são ruins para a saúde, pois se acumulam no corpo, podendo causar doenças como o câncer.

Só lembrando que a reciclagem é a última etapa dessa cadeia. Antes é preciso reduzir a produção, consumir conscientemente e reutilizar. Afinal, para fabricar um computador são gastos 240 quilos de combustível, 22 quilos de produtos químicos e 1,5 tonelada de água. Para facilitar sua vida e dar uma mãozinha ao planeta, montamos um pequeno guia de descarte para os eletrônicos (ou componentes) que já não têm função em sua casa. O lixo comum, claro, não está entre as opções!

GUIA DE DESCARTE

• E-lixo Maps

Se a principal dificuldade para descartar um eletrônico é saber onde deixá-lo, o E-lixo Maps é a solução – pelo menos para paulistanos. Criado em parceria do Instituto Sergio Motta com a Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, o site (www.e-lixo.org) permite que, com seu CEP e o tipo de lixo que quer descartar, seja possível encontrar o local mais próximo que recicla o resíduo. “Temos cerca de 200 postos cadastrados, principalmente nas zonas central e oeste da cidade de São Paulo. A ideia é estender para todo o país, mas ainda não temos previsão de quando isso será feito”, diz Renata Motta, diretora do Instituto.

O que doar: Aparelhos fora de uso como microondas, som, ar condicionado, baterias, carregadores, cartuchos, celular, chip GSM, computador, fontes, geladeira, impressoras, máquinas de calcular e escrever, monitores, mouse, MP3 player, no-break, telefone, TV, vídeo game.

O que será feito: os aparelhos devem estar no final de sua vida útil e serão encaminhados para reciclagem.

Contato: www.e-lixo.org/contato.html


* Lúcia Nascimento é jornalista em São Paulo

0 comentários:

Postar um comentário