quarta-feira, 2 de junho de 2010

Central dos Movimentos Sociais aprova Projeto Nacional e Popular para o país


Cerca de três mil lideranças sindicais, estudantis, femininas e comunitárias se reuniram em assembleia da Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS) nesta segunda-feira (31), na quadra do Sindicato dos Bancários de São Paulo, onde aprovaram por aclamação o projeto “nacional e popular” que aponta para a “construção de um Brasil soberano, justo, democrático e desenvolvido”.

"Essa Assembleia é uma forte, uma contundente demonstração de unidade dos movimentos populares do campo e da cidade que enviam um recado bastante claro: queremos consolidar as mudanças dos últimos anos, ampliar as conquistas, avançar nas mudanças que ainda faltam e impedir qualquer retrocesso", explica Antonio Carlos Spis, membro da CUT e da CMS. Conforme o veterano líder petroleiro, “neste confronto de projetos antagônicos, assumimos plenamente o nosso lado com o compromisso de varrer o passado e construir o futuro, dando vez e voz às amplas maiorias sufocadas pela exclusão”.

Na avaliação do presidente da CUT, Artur Henrique, foi “uma assembleia histórica, que envolveu e mobilizou a riqueza da diversidade dos trabalhadores do campo e da cidade, do setor público e privado, de homens e mulheres, jovens e idosos para afirmar um projeto nacional, democrático e popular que contempla questões fundamentais como a reforma agrária, a luta pela moradia popular, a garantia dos recursos do pré-sal para o povo brasileiro e a igualdade de oportunidades”.

Conforme Artur, o debate amplo e fraterno realizado pela Coordenação dos Movimentos Sociais, que congrega 28 entidades, qualifica a contribuição para a disputa de projetos que vai marcar as eleições deste ano. “Eles querem voltar a comandar o país para fazer o que já fizeram nos tempos de FHC e o que fizeram por mais de 20 anos no Estado de São Paulo com o governo da privatização, dos pedágios, dos presídios e da paulada nos professores e nos movimentos sociais. O nosso projeto é outro, é democrático-popular. Com o presidente Lula, garantimos o aumento do salário mínimo e programas de inclusão como o Luz Para Todos, os territórios da cidadania, o Bolsa Família, que valorizam o trabalhador, que fortalecem políticas de geração de emprego e renda. Daí a nossa responsabilidade de impedir o retrocesso em 2010”, enfatizou.

Saudando cada um dos construtores do evento de “extrema riqueza e diversidade”, o presidente cutista conclamou a todos para seguirem firmes no combate. “Precisamos fortalecer nossa unidade de ação, pois a crise que vem de fora não é só econômica ou financeira, mas ganha dimensões ambientais, agrárias, alimentares e energéticas. Originada nos EUA, ela atinge hoje a Grécia, Espanha, Itália, afetando o salário, o emprego e os direitos. Com nossa mobilização, o Brasil está mostrando ao mundo que outro modelo é possível, que o desenvolvimento é possível”, sublinhou.

Artur lembrou que a direita não conta com movimento social, mas “tem os meios de comunicação para fazer a disputa pelo seu projeto político”, o que amplia a responsabilidade de cada um e cada uma dos presentes no confronto com a reação. “Esta mesma CMS que saiu às ruas para defender o projeto diante das ameaças golpistas agora tem um desafio grande: eleger uma mulher para a Presidência da República”, sublinhou.

Representando a Marcha Mundial das Mulheres, Sônia Coelho conclamou os presentes a batalhar com o mesmo empenho com que enterraram a Alca a derrotar a irracionalidade “que se sustenta no monopólio dos meios de comunicação para ditar modelos e impor comportamentos, que afirmam o lucro e a ganância sobre a sustentabilidade da vida humana, que defende a lógica do superávit primário e dos juros altos, que valoriza o latifúndio improdutivo em detrimento da agricultura familiar, que quer o Estado beneficiando bancos e transnacionais, que assenta seus pilares na violência contra a mulher, os jovens e os negros, que criminaliza os movimentos sociais”.

O presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), Yann Evanovick, defendeu ações governamentais como o ProUNE, que garantiram mais de 400 mil jovens dentro das universidades, a duplicação do número de Cefets (Escolas Técnicas Federais) e a abertura de mais de 600 mil empregos para os jovens. “A política do antigo governo era construir reformatório, a deste é construir escolas e universidades”, ressaltou.

Em nome da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Ubiraci Dantas de Olveira (Bira), conclamou o plenário a se manifestar “em repúdio ao covarde e criminoso ataque realizado pelo exército de Israel contra a frota da paz que se dirigia com ajuda humanitária até a Faixa de Gaza, onde entregaria remédios e alimentos aos palestinos”. Até o momento, o ataque, que atingiu seis navios na madrugada de segunda-feira, deixou mais de uma dezena de mortos e pelo menos 38 feridos.

Clique aqui para acessar a íntegra do documento: Jornal_CMS

CUT (www.cut.org.br)

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