sexta-feira, 25 de junho de 2010

Desnutrição infantil cai 62% entre 2003 e 2008


A taxa de desnutrição (baixo peso) em crianças menores de cinco anos no Brasil caiu de 12,5%, em 2003, para 4,8%, em 2008 – uma queda de 62%. O déficit de altura por idade também segue a mesma tendência: baixou de 20% para 14% no mesmo período. Esses indicadores de desnutrição infantil se referem apenas aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). Os dados fazem parte do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional do Ministério da Saúde.

No Seminário Nacional de Alimentação e Nutrição, que termina nesta quinta em Brasília, governo e especialistas discutem e revisam a Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN), que completa uma década em 2010. Uma das principais ações da PNAN é o monitoramento nutricional de crianças com até dez anos. Atualmente, 4,5 milhões são acompanhadas pelos profissionais de saúde do SUS.

É a partir da antropometria (avaliação de peso e altura) que se verifica como está o consumo de alimentos entre as crianças e quais são as principais carências nutricionais. Para combater a desnutrição, o Ministério da Saúde, entre outras ações, disponibiliza anualmente pelo SUS 1,6 milhões de frascos de xarope de sulfato ferroso e 191 milhões de comprimidos de sulfato ferroso, 131 milhões de comprimidos de ácido fólico e mais de 3,9 milhões de cápsulas de vitamina A. Todos esses suplementos alimentares podem ser obtidos gratuitamente pela população.

“Esses produtos garantem o nível adequado de nutrientes às pessoas, mantendo o peso das crianças dentro de padrões recomendados pela Organização Mundial da Saúde”, explica a coordenadora de Alimentação e Nutrição do MS, Ana Beatriz Vasconcelos. Ela destaca que a PNAN promove efetivamente maiores cuidados com a alimentação do brasileiro já na atenção básica – por meio das equipes da Estratégia Saúde da Família (ESF) ou nos postos de saúde.

Maiores reduções
Nestes 10 anos da PNAN as regiões Norte e Nordeste apresentaram os índices mais expressivos na redução da desnutrição infantil, o que demonstra a efetividade do Pacto pela Redução da Mortalidade Infantil (PRMI). Apesar destas regiões ainda apresentarem os maiores percentuais, as diferenças regionais diminuíram.

Em relação ao baixo peso infantil, em 2003 o Norte tinha um índice maior que 14% e o Nordeste entre 11% e 14%. Em 2008, ambas regiões tinham índices entre 5% e 8%. Já os índices relativos à baixa estatura eram maiores que 34,5% no Norte e entre 26% e 34,5% no Nordeste, em 2003. Esses números passaram para 18,5% a 26% no Norte e de 11% a 18,5% no Nordeste, em 2008.

A medição das crianças do Norte continuará durante a campanha de vacinação deste ano nos municípios do PRMI, no dia 12 de junho. Também na região Norte e no semi-árido o chamado é no dia 14 de agosto, para crianças com menos de 5 anos.

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