quinta-feira, 9 de junho de 2011

Emissões de CO2 atingem recorde em 2010, e perspectivas para clima pioram


As emissões de dióxido de carbono (CO2) em 2010 foram as maiores da história, e a perspectiva de se conseguir conter o aumento da temperatura no planeta está cada vez pior. Essa foi a conclusão alcançada em relatório publicado pela Agência Internacional de Energia (AIE).
Depois de uma queda em 2009, causada pela crise financeira mundial, as emissões subiram novamente, alcançando o nível recorde de 30,6 gigatoneladas (Gt) de CO2 no ano passado. Isso representa um aumento de 5% em relação ao recorde anterior, atingido em 2008, quando as emissões chegaram a 29,3 Gt. Do total de emissões em 2010, o carvão respondeu por 44%. Em seguida, veio o petróleo, que foi responsável por 36%, e o gás natural, que emitiu 20%.

A AIE também prevê que não há mais como evitar 80% das emissões projetadas até 2020 para o setor elétrico, na medida em que elas virão de usinas já em operação ou que estão sendo construídas. De acordo com o economista-chefe da AIE, Fatih Birol, o aumento significativo das emissões de carbono e a garantia de que haverá novas emissões, devido a investimentos em infraestrutura, representam “um sério revés” para as esperanças de se conter o aumento da temperatura no mundo a, no máximo, 2 graus Celsius.

Esse foi limite acordado entre as lideranças mundiais em encontro sobre mudança climática realizado em Cancún, no México, em 2010. Para essa meta ser alcançada, a concentração, a longo prazo, de gases-estufa na atmosfera precisa ser de, no máximo, 450 partes por milhão (ppm) de CO2- equivalente. Isso representa um aumento de apenas 5% em relação aos níveis
registrados no ano 2000, de 430 ppm. Países em desenvolvimento lideraram emissões em 2010.

A AIE calcula que, apesar de 40% das emissões totais verificadas em 2010 serem provenientes dos membros da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) – que congrega as nações industrializadas –, esses países responderam por apenas 25% do crescimento na liberação de gases, em comparação a 2009. Países não membros da OCDE, liderados pela China e a Índia, registraram aumentos muito maiores.
Ainda assim, em números per capita, as nações da OCDE emitiram 10 toneladas de CO2 por habitante em 2010. Em comparação, na China, esse número foi de 5,8 toneladas; na Índia, foi de 1,5 tonelada. Em relatório de abril deste ano, a agência ressaltou que o enorme progresso no
desenvolvimento de tecnologias energéticas limpas, como a energia nuclear, está sendo ofuscado pelo aumento crescente da demanda por combustíveis fósseis.

A AIE afirma que o crescimento dessas fontes está superando o das energias limpas. Para se ter uma ideia, na última década, o carvão respondeu por 47% do acréscimo na geração de energia elétrica em todo o mundo.


Fonte: Nucnet

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